segunda-feira, 12 de setembro de 2011

BRASIL E A GRANDE CONQUISTA, POR MICHEL CURY E MARIANO BÍCEGO

Brasil 75 x 80 ARGENTINA: MISSÃO CUMPRIDA
A Seleção Brasileira Adulta Masculina ficou com a segunda colocação no Pré-olímpico / Copa América – 2011 ao ser superada pela Argentina, no duelo final, disputado neste domingo (11 de setembro), no ginásio Ilhas Malvinas, em Mar del Plata, Argentina, por 80 a 75 (35 a 27 no primeiro tempo).
Marquinhos Sousa, 17 pontos e 05 rebotes, e Tiago Splitter, 12 pontos e 05 rebotes, pelo selecionado brasileiro; e Scola, 32 pontos para a Argentina.
CLASSIFICAÇÃO FINAL
1º Argentina; 2º Brasil; 3º Rep Dominicana; 4º Porto Rico; 5º Venezuela; 6º Canadá; 7º Uruguai; 8º Panamá; 9º Paraguai
Que bom ter a consciência do dever cumprido. Nosso basquete masculino volta a disputar uma Olimpíada e ter o crédito que há muito tempo não tinha no cenário mundial. A vontade de jogar e vencer foi predominante e agora o Brasil volta a ser potencia mundial como sempre foi.
OPINIÕES DE GRANDES CONHECEDORES DO BASQUETE E AMIGOS DA IMPRENSA
Deixo para dois amigos e grande conhecedores do basquete para expressarem suas emoções sobre esta grande conquista do nosso basquete.
O Basquete Brasileiro em Recuperação.
Por Michel Cury
Há dias escreví sobre o bom basquete jogado pelos Argentinos,uma realidade porque realmente eles jogam um basquete primoroso.
Mas hoje vamos falar do nosso basquete, que no Torneio das Américas e servindo também como definição por 2 vagas para às Olimpíadas de 2012 em Londres, disputado em Mar Del Plata na Argentina, mostrou que realmente pode e deve chegar muito além das últimas apresentações internacionais.
Queria reverenciar a CBB pela escolha do técnico argentino Ruben Magnano para dirigir nossa seleção. Ele não só implantou uma nova filosofia de jogo na seleção como também deu um salto para revelações de jogadores, na maioria muito jovens.
A união desse novo estilo de jogo, um pouco mais cadenciado, com valorização da posse de bola, usando os 24 segundos que permite a regra , mais a voluntariedade, raça, técnica e vontade de vencer, aquela que vem do fundo da alma ,do jogador brasileiro, fez-se um time vencedor.
Estamos classificados para a participação das próximas Olimpíadas, e devemos esperar a continuidade desse trabalho.
Alguns críticos esportivos opinam que os jogadores brasileiros que não participaram desse pré-Olimpico, no caso de Varejão, Nenê e Leandrinho, não deveriam ser chamados para as próximas participações.
Não se pode esquecer que numa Olimpíada vamos encontrar as melhores equipes do mundo. Fortes seleções do leste Europeu, no caso de Croácia, Eslováquia, Eslovênia,Servia, etc. Além de Espanha, Alemanha, Itália, França,Turquia, e da própria Argentina. Sem falar da fortíssima equipe dos USA que a meu ver, tem o melhor basquete do mundo.
Por isso, devemos sim contar com esses jogadores, experientes que são e atuam no forte campeonato da NBA,para ajudarem principalmente no revezamento que será de extrema necessidade para nossa seleção.
O primeiro passo parece que está sendo dado, mas temos a salientar que só isso não é o suficiente para a grande revolução do basquete brasileiro.
Temos o maior e melhor material humano do mundo, com misturas étnicas que permite ao brasileiro um biótipo de exuberantes qualidades físicas e esportivas.
Mas temos que descobri-los e forjar-los e para isso tem que haver vontade e visão dos nossos dirigentes e aí massificar essa modalidade que em algumas regiões do Brasil não é sequer mencionada e muito menos praticada.
Vejamos as regiões centro oeste, noroeste, norte e nordeste. Com raríssimas exceções se pratica o basquete, embora o contingente de crianças na faixa etária de 8 a 15 anos é enorme.
Não estou mencionando à prática em níveis competitivos, pois não seria possível, mas sim em nível escolar. Esse é o maior problema do basquete brasileiro.
A quantidade de praticantes de basquete no nosso país é pífia e a qualificação, praticamente não existe.
Ora, se conseguimos formar uma seleção com 12 bons jogadores com base na pequena quantidade de praticantes, imaginamos então quando houver 10 ou 20 , ou até 100 vezes mais, que é perfeitamente possível. É obvio que essa seleção seria muito mais qualificada para brigarmos com as melhores do mundo.
Somos uma nação à beira de 200 milhões de habitantes e aí fica a pergunta: Quantos praticantes de basquete na faixa etária entre 8 e 15 anos temos, que seria por volta de 60 milhões de crianças e adolescentes.
Imaginem se houvesse ensinamentos dos fundamentos básicos do basquete, para essa população ,ou parte dela?
Em fim ,reverencio essa equipe raçuda e renovada, mas fica um sonoro alerta aos dirigentes, para aproveitarem o bom momento que vive nosso basquete e fazerem o que é necessário.
Abraços esportivos

Michel Zamorano Cury é
Técnico de Basquete,Educador Físico, Fisioterapeuta.

Portas da Glória
Por Mariano Bícego

“As portas da glória estão abertas para as pessoas que acreditam em si mesmas.
Esta era a frase escrita na lousa do vestiário do Brasil, antes da partida contra a República Dominicana, no último sábado, pela Copa América de basquete masculino, jogo que levaria a nossa seleção de volta ao palco maior do esporte, os Jogos Olímpicos.
O Brasil enfrentava um longo hiato de três edições dos Jogos sem a presença da camisa verde amarela, camisa que já alcançara glórias maiores na bola ao cesto. Toda uma geração cresceu vendo triunfos e mais triunfos do nosso basquete: Bi-Campeonato Mundial, 3 bronzes olímpicos, hegemonia em quase toda a América (aliás até ganhamos dos norte-americanos em Indianápolis).
Tudo isto estava adormecido na memória de quem viveu e esquecido por quem não teve esta sorte.
Esquecimento providencial para os que navegaram nas sombras e levaram nosso basquete para as trevas, como bem disse Ugo Giorgetti na edição de sábado do caderno de esportes do Estadão.
Grande Giorgetti, um poeta do esporte.
Eu ainda tive sorte, vivenciei grandes mundiais e olimpíadas da seleção de Marcel, Oscar e Cia.
A geração seguinte de torcedores não se empolgou, não tinha motivos.
O basquete murchou com nossos fracassos.
Mas a culpa não era de quem estava dentro da quadra, mas sim fora dela.
Bagunça, descaso e omissão.
Mas o melhor ainda estava por vir.
Surgiu um trio de ferro que levou o Brasil de volta ao seu lugar, formado por um gaúcho, um paulista e um argentino.
Bela mistura.
Passaram por cima de tudo.
De um sistema político interno às avessas.
De uma imprensa imediatista e ignorante, que não compreende o basquete ou então não se interessa.
Da praga dos pais-torcedores que atrapalham o crescimento de seus filhos e do esporte, ensinando a querer vencer no grito e na falta de postura.
Do despreparo de treinadores, mal formados, ou em quadra ou na faculdade, ou ambos.
Sabiam que nas trevas do esporte da bola laranja, havia uma luzinha fraca, mas que, como brasa adormecida, bastava um bom assopro.
Perseveraram.
Acreditaram.
Brigaram.
Venceram.
As portas da glória estão abertas.
Não das glórias passadas.
Das glórias futuras.
Novos atletas. Novos treinadores. Novos pais de basqueteiros.
E, por quê não?, Novos patrocinadores. Novos dirigentes. Novos clubes.
Novas medalhas.
Sucesso de sempre, afinal o basquete bem jogado é o jogo mais bonito e emocionante do mundo”.
Mariano Bícego é Secretário de Esportes, Diretor do Paraíso Basquete, professor, cineasta, historiador entre outros títlulos deste grande incentivador do basquete.

PAULISTA MASCULINO: RESULTADOS
Jogos de domingo
Rio Claro 82 x 59 Rio Preto
Piracicaba 61 x 72 Paulistano
Limeira 77x 50 São Caetano

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