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*Piovesan entregando certificado do curso de arbitragem para o Blogger Marcos do Carmo
José Augusto Piovesan Neto é professor, licenciando em Educação Física, árbitro de basquete, categoria internacional, tem seu nome gravado para sempre no seleto grupo de árbitros que já atuou em uma Olimpíada. Bastante laureado com prêmios e troféus, muito requisitado para fazer palestras por todo o Brasil.
Eu, que nunca fui jogador de basquete, mas um dos maiores apaixonados por esta modalidade e meu objetivo maior ao entrar para o mundo do jornalismo, é divulgar o nosso querido esporte da cesta. Desde quando comecei a gostar de basquete, senti que ele tinha pouca divulgação e hoje me sinto feliz em poder fazer a minha parte na divulgação e sobre meu entrevistado de hoje, além de ser um dos maiores árbitros de todos os tempos, e que grande parte do meu conhecimento que tenho de basquete, devo ao ele, já fui seu aluno em vários cursos de arbitragem como também, quando trabalhávamos juntos, eu sempre tinha série de perguntas para meu grande mestre.
Piovesan é natural de Casa Branca (SP), mas já percorreu o Brasil e o mundo todo através das quadras de basquete. Árbitro de todas as finais, árbitro olímpico e gentilmente me recebeu para conceder esta entrevista, que você acompanha na íntegra, o que diz um dos nossos melhores árbitros de basquete que o Brasil já teve:
1- CHUÁ – Piovesan, na sua infância, como você começou a interessar pelo esporte?
PIOVESAN:-Como todo garoto daquela época, correndo atrás de bola na rua, e vendo meu pai torcer pelo seu time, E me levar para assistir jogos de basquete e futebol. Gostava de ver os árbitros. Ficava encantado com o Lapoian, e Deus me deu a oportunidade de posteriormente apitar varias finais com ele, que é uma lenda da arbitragem.
2- CHUÁ – Você praticou muitos esportes? Conte um pouco de carreira como atleta desde Casa Branca, a capital da Jabuticaba, até se tornar arbitro profissional.
PIOVESAN:-Futebol e basquete. Joguei no time principal de Casa Branca e basquete na escola, mas como era um jogador regular, comecei a apitar os treinos .Depois levado pelo meu amigo Belia,fui apitar campeonatos colegiais. Depois fiz curso da Federação, mudei para São Paulo e fui correr atrás do meu sonho, e hoje posso afirmar que foi totalmente realizado.
3- CHUÁ – Quando você sentiu que tinha aptidão para ser árbitro de basquete?
PIOVESAN:- Quando percebi que conseguia apitar os treinos e sentia felicidade e prazer naquilo.
4- CHUÁ – Como é o caminho que uma pessoa deve percorrer (estudos, cursos), para chegar a ser um árbitro profissional de basquete?
PIOVESAN:- Primeiramente o curso da Federação, depois percorrer o caminho que é difícil demais; estagio, 2ª categoria,1ª categoria, curso e provas para nacional e finalmente cursos, provas, avaliações para a categoria internacional. Mas no caminho tem muitas dificuldades, políticas, e somente a pequena minoria consegue chegar ao objetivo final.
5- CHUÁ – Quando você começou apitar jogos, lembra da primeira partida como foi?
PIOVESAN:- Sim , foi na vila Maria, em São Paulo, coincidentemente com o Fontana, que hoje é instrutor da C.B.B., O jogo era as 8 horas, e cheguei no ginásio as 3 horas; foi uma emoção impar. Dois anos depois Piovesan e Fontana (dois caipiras do interior), formavam e eram reverenciados pela imprensa falada e escrita, como a dupla de arbitragem perfeita, a melhor dupla de árbitros de todos os tempos da arbitragem brasileira.
6- CHUÁ - Quando você se tornou árbitro internacional? E qual foi seu primeiro jogo em que atuou fora do país? Quantos países você conheceu, apitando basquete?
PIOVESAN:- Em 1987. Na Argentina Boca x Estudiantes. Praticamente viajei, apitando basquete, o mundo todo.
7- CHUÁ – Apitar uma partida de basquete masculino é mais fácil ou mais difícil que atuar em uma partida da categoria feminina?
PIOVESAN: - Depende do jogo, mas basicamente é igual. Feminino é mais tranqüilo.
8- CHUÁ – Como é a preparação, principalmente, psicológica, quando vai atuar em um ginásio lotado e em finais de campeonatos?
PIOVESAN: - Total tanto fisicamente como psicologicamente tem que estar super preparado, tem que ser trabalhado todos os dias, para que neste momento esteja tranqüilo e confiante.
9- CHUÁ – O que você sente ao apitar em um ginásio superlotado?
PIOVESAN - Hoje, depois de tanta experiência, não sinto nenhum tipo de emoção, sempre digo nas palestras e cursos que tem que correr gelo nas veias.
10- CHUÁ – Qual foi sua emoção ao apitar na Olimpíada de Atlanta?
PIOVESAN: - Imagine, nasci em Casa Branca.Minha maior emoção foi que minha adorada mãe, antes de falecer, viu seu filho chegar ao ápice da sua carreira apitando uma Olimpíada , nos Estados Unidos, com Dream Time. Ginásios com 35 mil torcedores. De Casa Branca para o mundo, foi o que disse antes de me dar um beijo e desejar boa sorte. Ela esperou a minha volta, um mês depois, para se despedir e passar para o plano superior e espiritual.
11- CHUÁ – Há mais de 10 anos que sou repórter exclusivo de basquete e sempre acompanhei sua carreira, sempre pude ver você, principalmente durante os intervalos de jogos, conversando com torcedores, você sempre foi querido por onde passou, como se explica esse carisma?
PIOVESAN:.-Meu amigo Marcos como sabe, sempre tratei todos de igual para igual; o arbitro é famoso; o ser humano é o mesmo que um dia, 25 anos atrás, iniciou a difícil carreira com humildade, perseverança e profissionalismo.
12 – CHUÁ – Cite qual ou quais partida que maiso marcou.
PIOVESAN; - A final de um campeonato brasileiro no Maracanã entre Vasco e Franca que foi decidido na 5ª partida na prorrogação com o ginásio totalmente lotado, e Franca foi o vencedor.
13 – CHUÁ – Você acha que a imprensa, divulga bem o trabalho da arbitragem?
PIOVESAN; - Não divulga absolutamente nada, a não ser quando tem algo muito negativo.Infelizmente você é o único que faz isto e publicamente quero agradecer-lhe em nome de todos os árbitros.
14 – CHUÁ – Olha Piovesan, nem sei com agradecer, bem como a todos os árbitros, devo dizer que este “blog” e a minha coluna no jornal, estarão sempre à sua disposição. Continuando, o que pretende fazer depois de deixar de arbitrar?
PIOVESAN: - Fazer parte da formação de novos árbitros, ajudar no que for possível para que a arbitragem do Brasil continue sendo uma das melhores do mundo.
15 –CHUÁ – Quero que você deixe uma mensagem para quem gosta de basquete e, sobretudo, para quem pretende ser um árbitro de basquete.
PIOVESAN:-Lute, batalhe, mesmos com muitas dificuldades, vá atrás de seus objetivos, porque a recompensa é maravilhosa, garanto.
16-CHUÁ – Pela bela carreira, deve ter recebido muitos prêmios, poderia citar alguns?
PIOVESAN: - Ser considerado um dos melhores árbitros do mundo e participar da pequena e seleta lista dos árbitros que participaram de uma Olimpíada, maior competição do Planeta Terra, sonho de os árbitros de todas as modalidades esportivas, é motivo de muito orgulho e felicidade. Ganhei da Radio de Franca 2 vezes o troféu bola de ouro”O DONO DA BOLA”. E da Federação Paulista de Basquete 11 vezes o troféu de melhor arbitro do ano, onde trabalham os melhores árbitros do Brasil, e alguns figuram entre os melhores do Mundo. Mas o maior, o mais maravilhoso, que me dá mais orgulho é o troféu; ou melhor, meu apito de ouro, é Bruna Maria Piovesan, 15 anos, minha linda e amada filha, velha conhecida dos basqueteiros , pois viaja comigo o Brasil inteiro. Por tudo isto Marcos, agradeço a Deus , minha Mãe , que me protege, á minha família, enfim a todos que de alguma forma participaram neste processo,culminando com a total realização Profissional e Pessoal.
17- CHUÁ - Gostaria de dizer algo mais ?
PIOVESAN: - Sim.:Marcos, você é um profissional respeitado e hoje reconhecido, e tenho a felicidade de ter batalhado com você para que conseguisse cobrir o Campeonato Mundial em São Paulo, que era o seu sonho e que o fez ficar conhecido em todo o Brasil e também internacionalmente. Mas o profissional não chega nem perto do ser humano de coração puro, da pessoa maravilhosa e idealista que é. Quero que todos saibam que tenho muito orgulho de ser seu amigo. Deus te abençoe.
CHUÁ – Mais uma vez, venho agradecer por suas palavras de incentivo e de reconhecimento do meu trabalho e que é TOTALMEMTE VOLUNTÁRIO A FAVOR DO NOSSO BASQUETE. Obrigado pela entrevista e sinto bastante feliz ao saber que faço parte de seu grupo de amigos e devo dizer que a recíproca é verdadeira.
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*Piovesan, durante intervalo de jogo, conversando com torcedores.
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