quarta-feira, 20 de abril de 2011

OS ARGENTINOS E O SEU BASQUETE - OPINIÃO

O texto abaixo, escrito por Michel Zamorano Cury, veiculado no jornal Diário da Franca, da cidade de Franca(SP), foi gentilemte cedido para este blogger.

Opinião: Os argentinos e o seu basquete
Michel Zamorano Cury

Sem querer fazer comparações, quem é melhor, brasileiros ou argentinos e tampouco usar qualquer critério competitivo, minha intenção é enaltecer o bonito basquete apresentado pelos argentinos, no Torneio Interligas, realizado no último final de semana em Franca. O mesmo reuniu duas equipes brasileiras (Franca e Pinheiros SP) e duas argentinas (Atenas e Libertad).
O fato é que os argentinos hoje realizam um basquete digno de apreciação e enchem os olhos de quem entende e gosta desse magnífico esporte.
Independentemente do resultado final, o que estamos analisando aqui é a atuação das equipes argentinas, como elas jogam e qual o seu estilo de jogo.
O fato é que eles, argentinos, procuram fazer um basquete bem próximo dos europeus, com grande valorização da posse de bola, usando matematicamente o tempo permitido ao ataque. Depois de um bom trabalho de trocas de passes, sempre sobra um jogador livre para o arremate, quase sempre certeiros. Isso sem contar o ótimo trabalho com seus pivôs em baixo do cesto, ou seja, não há bolas desperdiçadas.
Na defesa, creio que por uma questão de conceito, todos os seus jogadores se ajudam mutuamente, fechando e cobrindo os espaços vazios, fazendo flutuações, chegando a sufocar os atacantes.
Sabe-se que a técnica e a tática são virtudes diferentes, mas uma não sobrevive sem a outra, e o que deu para perceber é que os argentinos conseguem um equilíbrio primoroso entre essas duas qualidades.
Gostaria de ratificar que não faço aqui críticas aos jogadores brasileiros, mesmo porque acho que nosso basquete está numa crescente em termos de qualidade por que não dizer com relação ao aumento de praticantes no nosso país.
O que ensejamos que nossas instituições enxerguem e que, na minha opinião, é o ponto principal para a evolução do nosso basquete é a qualificação de nossos professores, principalmente aqueles recém saídos dos cursos de Educação Física. São eles que estão à frente de cerca de 80% de nossas crianças entre 8 e 15 anos de idade.
Ora, então é simples imaginar que o caminho do aprendizado esportivo, seja no basquete ou qualquer outra modalidade, é através desses profissionais que sequer têm a oportunidade e a possibilidade de se aperfeiçoarem devido à falta de ofertas de cursos e clínicas, assunto este que deveria ser de responsabilidade de nossa Confederação e Federações Estaduais.
Há sim, mesmo que um pouco raras, clínicas de basquete destinadas a jogadores, para grupos reduzidos, mas elas são uma minoria num contingente grandioso. Temos sim é que ministrar esses ensinamentos para o corpo docente, que estariam à frente de milhares de alunos que esperam ansiosos por seus ensinamentos tanto nas aulas de Educação Física, como nos ensinos Fundamental e Médio.
Aí sim, finalmente veremos uma evolução quantitativa e qualitativa do nosso basquete.
Então, vamos ficar na torcida para que haja uma mente iluminada à frente de nossas instituições e que tenha vontade política e visão para o nosso futuro. Seria um sonho??
Abraços esportivos.

Michel Zamorano Cury
Técnico de Basquete, Educador Físico e Fisioterapeuta.

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