SÉRGIO DE JESUS PACHECO EM ENTREVISTA EXCLUSIVA
Ele trabalha numa profissão bastante penosa, em qualquer área de atuação a imagem do juiz é a de não errar nunca, mesmo sabendo que ele é um ser humano. Nos tribunais como no esporte a situação é a mesma. No basquete então, cada vez mais veloz, as dificuldades aumentam, chegando ao ponto da equipe perdedora, ignorar seus erros infantis, como, passe errado, voltar lentamente e permitir ao adversário uma cesta entre outros, para colocar a culpa no juiz. Há quem diga que um bom árbitro é aquele que nunca aparece no jogo, chega ser até uma ingratidão.
Sem ele o jogo não começa, ele é o responsável por tudo antes, durante e depois de uma partida. Hoje quero falar de um árbitro de uma carreira simplesmente brilhante, começou em 1988, é árbitro internacional desde 1996, atuou nas competições internacionais mais importantes do mundo, já ministrou curso para jogadores da NBA que formaram a seleção olímpica dos Estados Unidos lá na terra do basquete. Há mais de uma década que acompanho seu trabalho de perto e posso dizer que é carismático, competente, querido dentro e fora das quadras, é uma pessoa maravilhosa. Ele é Sérgio de Jesus Pacheco, meu entrevistado de hoje para brindar você, meu leitor.
Pacheco, conte um pouco sobre sua trajetória de sua vida dentro do basquete, se foi jogador, torcedor, como começou a gostar de basquete e fale um pouco dei sua carreira de árbitro até hoje.
Na verdade eu comecei jogando basket nas categorias de base do Circulo Militar de Campinas, com o professor João Tojal. Lembro-me nessa época, que o Maurício do Vôlei, jogava junto com a gente. Depois o mandamos pro vôlei... E deu no que deu... (cinco olimpíadas). Quando comecei na categoria mini eu tinha oito anos de idade. Do Círculo Militar eu fui jogar no Tênis Clube de Campinas, onde joguei até o infantil. Depois fui para o Clube Campineiro de Regatas e Natação, onde jogava de titular nas categorias infanto-juvenil, juvenil, adulta segunda divisão do Paulista. Nessa época lembro que o time infanto juvenil titular eram: Portinho (armador), Hilton Nascimento de Piracicaba (ala), Pacheco (ala), Gary que jogou em Araraquara (Pivô), Caião que jogou em Limeira (Pivô). Desse clube eu fui para o Palmeiras onde me lembro dos gêmeos (não me recordo do nome deles), do Luis Felipe hoje técnico do Vitória e Paulinho Vilas Boas hoje no Comitê Olímpico. Então fui para o Clube Pinheiros, onde joguei com o Edu Gato, Orlandão, e meu armador Rossi hoje dirigente e membro da Comissão do NOVO BASKET BRASIL, estando hoje um pouco acima do peso. rsrsrs... Inauguramos o POLIESPORTIVO do Pinheiros. Depois dessa grande caminhada esportiva, pois junto com o basket eu fazia alguns esportes em paralelo. Lutei Karatê (Shoto-Kan) onde fui até a faixa marrom. Lutei boxe e fui vice campeão dos Jogos abertos de Rio Claro. Lutei Tae Kwon Do aonde cheguei à faixa preta, e fui Campeão Paulista, Campeão Brasileiro e Internacional. Lutei Boxe Tailandês e participei de vários desafios de artes Marciais (vários estilos), onde hoje podemos chamar de VALE TUDO. Então aos vinte anos, ingressei na Faculdade de Direito, e não tinha mais tempo para tanto esporte. Já estava cansado de treinar e jogar basket, pois comecei muito cedo. Não agüentava mais de dor nas canelas de tantas lutas, e resolvi parar com tudo, e comecei a fazer mesa de basket , para não ficar tão fora do meio. Fui incentivado pelos já árbitros Edemilson Vermelho, Jorge José Jorge, Mário Osório e Gilson Bellucci de Cerquilho. Em 1988, em Campinas, foi ministrado um Curso de Arbitragem da Federação Paulista pelo então árbitro Geraldo Miguel Fontana. Fiz o curso e acharam que eu teria mais presença dentro das quadras, e não na mesa. Então, depois de formado, apitei muito pelo interior, em uma fase que era bem diferente... rsrsrsrs Até que fui chamado para o meu primeiro jogos Regionais. Conheci então o árbitro José Carlos Pelissari, que fazia as escalas daquela região, Valinhos, e colocou na final, eu e o Marco Antonio Ferreira. O Jogo era entre as cidades de LIMEIRA X RIO CLARO (uma guerra), e todos os presentes perguntavam se ele estava maluco em fazer àquela escala. Foi um show de jogo e arbitragem, e então fui escalado para os Jogos Abertos do Interior, que seriam na minha cidade, Campinas. Naquela época, participar dos Jogos Abertos era um grande trampolim para se dar bem na arbitragem, ou não... Aqueles jogos em especial, aconteceu uma greve por parte dos árbitros Internacionais de São Paulo, e não atuaram nos jogos. Como eu era um aprendiz de árbitro sem nenhuma expressão, fui aconselhado a ir aos Jogos, e não se envolver com o que estava acontecendo politicamente. Foi então que conheci o Antonio Carlos Affini que além de árbitro, trabalhava na Secretaria de Esportes do Estado. Outro árbitro Internacional que foi convidado para aquele evento, foi o Mabilde do Rio Grande do Sul. Os jogos Abertos eram a coqueluche do esporte Paulista, e eram televisionados pela Televisão Aberta. Na época Rede Bandeirantes. Consegui fazer um excelente trabalho, e lembro que os árbitros Internacionais que trabalhavam na Secretaria e tiveram de atuar nos Jogos, Espina e Dalton Bartolomeu, convenceram aos escaladores a me botarem na final do masculino, juntamente com o Mabilde. O resultado foi que consegui fazer um ótimo jogo, e quem assistiu a tudo na sua casa, foi o então Presidente da Federação Paulista Paulo Cheid.
Na semana seguinte, o Sr. Paulo Cheid comentou na Federação Paulista que havia gostado muito dos dois árbitros gaúchos. Quando soube que eu era de São Paulo, pediu para que me escalassem em um jogo de Divisão Especial, SÍRIO X LIMEIRA, juntamente com o árbitro Vinhaes. Fui ao jogo e me dei muito bem, sendo escalado depois para fazer TELESP X CORINTHIANS, com televisão REDE CULTURA, novamente com o Vinhaes. O Vinhaes ficou preso no trânsito e não conseguiu chegar, então a Tatiana S. que estava na mesa, veio para quadra, e apitamos juntos pela primeira vez. Tudo foi uma maravilha e então fui escalado no PALMEIRAS X JALES, com o Affini. Lembro que quando o jogo acabou o Affini me falou: _ Garoto, você já conseguiu uma grande proeza, entrando na fase classificatória final do Campeonato e apitando bem. Agora é só trabalhar e no próximo Campeonato tentar chegar mais longe. Depois daquele jogo, só tinha mais um jogo decisivo naquela fase: FRANCA X DHARMA. Para minha surpresa, e de todos, fui escalado para esse ultimo jogo de Franca com o Affini. Era um jogo problemático, pois o outro jogo de outra fase, havia tido um briga generalizada entre jogadores e torcida, e cinegrafista. Fomos até lá e demos conta do recado. Mais uma vez o Affini me falou, agora e só descansar e vim contudo no próximo Campeonato pois agora só faltam as finais. Naquela época as finais eram realizadas em uma cidade sede, e aquelas finais foram realizadas em Araraquara. Novamente para surpresa de todos, fui escalado juntamente com o Renatinho que estava surgindo como um meteoro, para irmos para as finais. Somente haviam sido escalados os árbitros Internacionais de nome, e nós. Fomos e demos conta do recado, e desde então nunca mais deixei de participar das finais Paulista e Brasileira.
Em 1996, me tornei árbitro Nacional e no mesmo ano, ocorreu uma Pré Clínica Nacional entre todos os árbitros Nacionais, e os seis melhores colocados, teriam o direito de fazer a Clínica para promoção a árbitros Internacionais que seria realizada em Santiago, Chile. Eu, a Tatiana, a Fátima, o Major, o Ruy Almanajas e o nosso querido Zé da Leda, passamos e fomos ao Chile e fomos promovidos a Árbitros Internacionais.
No mesmo ano fui convocado para um Torneio Amistoso em Sidney, Melbourne e Adelaide, com as Seleções femininas da Austrália, Rússia, Japão e Brasil. No ano seguinte fui ao meu primeiro Campeonato Mundial feminino Juvenil, em 1997 , Natal – Brasil. Viajei com a Seleção Feminina Adulta Brasileira, para uma fase de preparação em Portugal e Espanha em 1998. Fui convocado pela FIBA para o Campeonato Mundial Adulto Feminino em 1998, realizado nas cidades de Munster, Wuppertal, Karlsruhe, Rotenburg, Dessau, Bremen e Berlin – Alemanha. Fui convocado pela COPABA para o Centro Americano como Árbitro neutro, realizado em Maracaíbo – Venezuela. Fui ao Pan Americano Inter Clubes em General Pico – Argentina. Participei das fases do Sul Americano de Times em Mar Del Plata, Bolívia, Paraguai. Fui convocado pela COPABA para o Pan Americano de Seleções, em 1999, Winnipeg – Canadá. Fui a Copa América Sub – 21, (classificatório para o Mundial da categoria) Ribeirão Preto – Brasil. Fui convocado para a Copa América Adulta Masculina, (classificatória para o mundial da categoria) , na Patagônia – Argentina. Participei do jogo Amistoso entre os times dos astros OSCAR X MAGIC JHONSON no IBIRAPUERA. Fui a Copa 500 ANOS, realizada no Rio de Janeiro, com as Seleções Adultas masculinas da Argentina, Brasil, Portugal, Rússia, e Grécia. Fui convidado pela NBA para dar um Curso para a Seleção Norte Americana Masculina Adulta, como preparação para os Jogos Pré Olímpicos. Apitei um amistoso no MADISON SQUARE GARDEN entre as Seleções adultas do USA X PORTO RICO. Apitei a final do SUPER FOUR em Buenos Aires, em que participaram as Seleções Adultas Masculinas da Lituânia, Argentina, Porto Rico e Brasil. Fui convocado pela FIBA para o Goodwill Games em Brisbane – Austrália. Fui convocado para o Sul Americano de Seleções Adultas Masculinas, classificatórias para o Pré Olímpico, e Pan Americano de Seleções. Campeonato realizado em Montevidéu – Uruguai.
Apitei a pedido do jogador Oscar, o seu último jogo, (jogo despedida), realizado em Brasília entre os “AMIGOS DO JOGADOR”. Fui convocado pela FIBA para o Campeonato Mundial Sub – 21, Argentina, onde apitei a semi final entre Austrália X Lituânia. Fui convocado pela FIBA para o Campeonato Mundial Inter Clubes Adulto Masculino, Rússia. Fui convocado pela FIBA para o Campeonato Mundial feminino Adulto de Seleções em São Paulo, onde apitei a final entre as seleções da Austrália X Rússia. Fui convidado pelo COB para carregar a TOCHA DOS JOGOS PAN AMERICANOS na data de 7 de Julho de 2007, quando a mesma passou pela cidade de Campinas. Fui convidado pela PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS, para participar no MURAL COMEMORATIVO DOS ESPORTISTAS CAMPINEIROS QUE DEFENDERAM O PAÍS, como história da cidade. Fui convocado pela FIBA para os Jogos PAN AMERICANOS BRASILEIROS, que foram realizados na cidade do Rio de Janeiro. Fui convocado pela FIBA para o MUNDIAL UNIVERSITÁRIO- UNIVERSIADE, em Agosto de 2007 em Bangkok, onde apitou a Final masculina entre as seleções da Lituânia X Rússia. Fui convocado pela FIBA AMERICA para o Centro Americano de Seleções, como árbitro neutro, no México em Cancun 2008. Fui convocado em 2009 pela Fiba para o MUNDIAL UNIVERSITÁRIO na Sérvia, Belgrado. Fui considerado árbitro Revelação do Campeonato Paulista em 1995. Fui considerado o melhor árbitro do Campeonato Paulista em 2005. Fui considerado pela Liga do Novo Basket Brasil um dos melhores em 2009. Fui considerado o melhor árbitro do Campeonato Paulista de 2010. Fui considerado pela Liga do Novo Basket Brasil o destaque de 2010.
Bacharel em Direito, formado pela USF, Pós Graduado em Direito Penal pela PUCC, Árbitro Internacional desde 1996, aprovado na Clínica Internacional realizada em Santiago – Chile.
Faz parte do quadro de Árbitros da Confederação Brasileira de Basketball, da Federação Paulista de Basketball, e da Federação Internacional de Basketball.
Você é um árbitro internacional, como é que se faz para chegar até essa categoria?
Quando você termina o CURSO DA SUA FEDERAÇÃO você se torna um oficial de quadra e mesa. Depois de muito tempo de atuação, se a sua federação achar que está apto, você será indicado para fazer uma Clínica de Aspirantes a Árbitro Nacional. Depois de um bom tempo atuando, e a CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BASQUETEBOL te achar apto para mudar de categoria, eles lhe indicam para fazer uma Clínica à Aspirante a Árbitros Internacionais. Em todas essas Clínicas existem avaliadores que lhe darão notas pelo seu desempenho na pratica, quadra de jogo, e escrita, prova teórica. Passará por uma entrevista quando para Internacional em inglês e Espanhol. E no final terá que se submeter a um teste físico, que se não for aprovado, não estará apto a ter o seu carnê. As Clínicas internacionais são ministradas em língua estrangeira, normalmente na América em espanhol e inglês. No resto do mundo sempre em Inglês.
Ele trabalha numa profissão bastante penosa, em qualquer área de atuação a imagem do juiz é a de não errar nunca, mesmo sabendo que ele é um ser humano. Nos tribunais como no esporte a situação é a mesma. No basquete então, cada vez mais veloz, as dificuldades aumentam, chegando ao ponto da equipe perdedora, ignorar seus erros infantis, como, passe errado, voltar lentamente e permitir ao adversário uma cesta entre outros, para colocar a culpa no juiz. Há quem diga que um bom árbitro é aquele que nunca aparece no jogo, chega ser até uma ingratidão.
Sem ele o jogo não começa, ele é o responsável por tudo antes, durante e depois de uma partida. Hoje quero falar de um árbitro de uma carreira simplesmente brilhante, começou em 1988, é árbitro internacional desde 1996, atuou nas competições internacionais mais importantes do mundo, já ministrou curso para jogadores da NBA que formaram a seleção olímpica dos Estados Unidos lá na terra do basquete. Há mais de uma década que acompanho seu trabalho de perto e posso dizer que é carismático, competente, querido dentro e fora das quadras, é uma pessoa maravilhosa. Ele é Sérgio de Jesus Pacheco, meu entrevistado de hoje para brindar você, meu leitor.
Pacheco, conte um pouco sobre sua trajetória de sua vida dentro do basquete, se foi jogador, torcedor, como começou a gostar de basquete e fale um pouco dei sua carreira de árbitro até hoje.
Na verdade eu comecei jogando basket nas categorias de base do Circulo Militar de Campinas, com o professor João Tojal. Lembro-me nessa época, que o Maurício do Vôlei, jogava junto com a gente. Depois o mandamos pro vôlei... E deu no que deu... (cinco olimpíadas). Quando comecei na categoria mini eu tinha oito anos de idade. Do Círculo Militar eu fui jogar no Tênis Clube de Campinas, onde joguei até o infantil. Depois fui para o Clube Campineiro de Regatas e Natação, onde jogava de titular nas categorias infanto-juvenil, juvenil, adulta segunda divisão do Paulista. Nessa época lembro que o time infanto juvenil titular eram: Portinho (armador), Hilton Nascimento de Piracicaba (ala), Pacheco (ala), Gary que jogou em Araraquara (Pivô), Caião que jogou em Limeira (Pivô). Desse clube eu fui para o Palmeiras onde me lembro dos gêmeos (não me recordo do nome deles), do Luis Felipe hoje técnico do Vitória e Paulinho Vilas Boas hoje no Comitê Olímpico. Então fui para o Clube Pinheiros, onde joguei com o Edu Gato, Orlandão, e meu armador Rossi hoje dirigente e membro da Comissão do NOVO BASKET BRASIL, estando hoje um pouco acima do peso. rsrsrs... Inauguramos o POLIESPORTIVO do Pinheiros. Depois dessa grande caminhada esportiva, pois junto com o basket eu fazia alguns esportes em paralelo. Lutei Karatê (Shoto-Kan) onde fui até a faixa marrom. Lutei boxe e fui vice campeão dos Jogos abertos de Rio Claro. Lutei Tae Kwon Do aonde cheguei à faixa preta, e fui Campeão Paulista, Campeão Brasileiro e Internacional. Lutei Boxe Tailandês e participei de vários desafios de artes Marciais (vários estilos), onde hoje podemos chamar de VALE TUDO. Então aos vinte anos, ingressei na Faculdade de Direito, e não tinha mais tempo para tanto esporte. Já estava cansado de treinar e jogar basket, pois comecei muito cedo. Não agüentava mais de dor nas canelas de tantas lutas, e resolvi parar com tudo, e comecei a fazer mesa de basket , para não ficar tão fora do meio. Fui incentivado pelos já árbitros Edemilson Vermelho, Jorge José Jorge, Mário Osório e Gilson Bellucci de Cerquilho. Em 1988, em Campinas, foi ministrado um Curso de Arbitragem da Federação Paulista pelo então árbitro Geraldo Miguel Fontana. Fiz o curso e acharam que eu teria mais presença dentro das quadras, e não na mesa. Então, depois de formado, apitei muito pelo interior, em uma fase que era bem diferente... rsrsrsrs Até que fui chamado para o meu primeiro jogos Regionais. Conheci então o árbitro José Carlos Pelissari, que fazia as escalas daquela região, Valinhos, e colocou na final, eu e o Marco Antonio Ferreira. O Jogo era entre as cidades de LIMEIRA X RIO CLARO (uma guerra), e todos os presentes perguntavam se ele estava maluco em fazer àquela escala. Foi um show de jogo e arbitragem, e então fui escalado para os Jogos Abertos do Interior, que seriam na minha cidade, Campinas. Naquela época, participar dos Jogos Abertos era um grande trampolim para se dar bem na arbitragem, ou não... Aqueles jogos em especial, aconteceu uma greve por parte dos árbitros Internacionais de São Paulo, e não atuaram nos jogos. Como eu era um aprendiz de árbitro sem nenhuma expressão, fui aconselhado a ir aos Jogos, e não se envolver com o que estava acontecendo politicamente. Foi então que conheci o Antonio Carlos Affini que além de árbitro, trabalhava na Secretaria de Esportes do Estado. Outro árbitro Internacional que foi convidado para aquele evento, foi o Mabilde do Rio Grande do Sul. Os jogos Abertos eram a coqueluche do esporte Paulista, e eram televisionados pela Televisão Aberta. Na época Rede Bandeirantes. Consegui fazer um excelente trabalho, e lembro que os árbitros Internacionais que trabalhavam na Secretaria e tiveram de atuar nos Jogos, Espina e Dalton Bartolomeu, convenceram aos escaladores a me botarem na final do masculino, juntamente com o Mabilde. O resultado foi que consegui fazer um ótimo jogo, e quem assistiu a tudo na sua casa, foi o então Presidente da Federação Paulista Paulo Cheid.
Na semana seguinte, o Sr. Paulo Cheid comentou na Federação Paulista que havia gostado muito dos dois árbitros gaúchos. Quando soube que eu era de São Paulo, pediu para que me escalassem em um jogo de Divisão Especial, SÍRIO X LIMEIRA, juntamente com o árbitro Vinhaes. Fui ao jogo e me dei muito bem, sendo escalado depois para fazer TELESP X CORINTHIANS, com televisão REDE CULTURA, novamente com o Vinhaes. O Vinhaes ficou preso no trânsito e não conseguiu chegar, então a Tatiana S. que estava na mesa, veio para quadra, e apitamos juntos pela primeira vez. Tudo foi uma maravilha e então fui escalado no PALMEIRAS X JALES, com o Affini. Lembro que quando o jogo acabou o Affini me falou: _ Garoto, você já conseguiu uma grande proeza, entrando na fase classificatória final do Campeonato e apitando bem. Agora é só trabalhar e no próximo Campeonato tentar chegar mais longe. Depois daquele jogo, só tinha mais um jogo decisivo naquela fase: FRANCA X DHARMA. Para minha surpresa, e de todos, fui escalado para esse ultimo jogo de Franca com o Affini. Era um jogo problemático, pois o outro jogo de outra fase, havia tido um briga generalizada entre jogadores e torcida, e cinegrafista. Fomos até lá e demos conta do recado. Mais uma vez o Affini me falou, agora e só descansar e vim contudo no próximo Campeonato pois agora só faltam as finais. Naquela época as finais eram realizadas em uma cidade sede, e aquelas finais foram realizadas em Araraquara. Novamente para surpresa de todos, fui escalado juntamente com o Renatinho que estava surgindo como um meteoro, para irmos para as finais. Somente haviam sido escalados os árbitros Internacionais de nome, e nós. Fomos e demos conta do recado, e desde então nunca mais deixei de participar das finais Paulista e Brasileira.
Em 1996, me tornei árbitro Nacional e no mesmo ano, ocorreu uma Pré Clínica Nacional entre todos os árbitros Nacionais, e os seis melhores colocados, teriam o direito de fazer a Clínica para promoção a árbitros Internacionais que seria realizada em Santiago, Chile. Eu, a Tatiana, a Fátima, o Major, o Ruy Almanajas e o nosso querido Zé da Leda, passamos e fomos ao Chile e fomos promovidos a Árbitros Internacionais.
No mesmo ano fui convocado para um Torneio Amistoso em Sidney, Melbourne e Adelaide, com as Seleções femininas da Austrália, Rússia, Japão e Brasil. No ano seguinte fui ao meu primeiro Campeonato Mundial feminino Juvenil, em 1997 , Natal – Brasil. Viajei com a Seleção Feminina Adulta Brasileira, para uma fase de preparação em Portugal e Espanha em 1998. Fui convocado pela FIBA para o Campeonato Mundial Adulto Feminino em 1998, realizado nas cidades de Munster, Wuppertal, Karlsruhe, Rotenburg, Dessau, Bremen e Berlin – Alemanha. Fui convocado pela COPABA para o Centro Americano como Árbitro neutro, realizado em Maracaíbo – Venezuela. Fui ao Pan Americano Inter Clubes em General Pico – Argentina. Participei das fases do Sul Americano de Times em Mar Del Plata, Bolívia, Paraguai. Fui convocado pela COPABA para o Pan Americano de Seleções, em 1999, Winnipeg – Canadá. Fui a Copa América Sub – 21, (classificatório para o Mundial da categoria) Ribeirão Preto – Brasil. Fui convocado para a Copa América Adulta Masculina, (classificatória para o mundial da categoria) , na Patagônia – Argentina. Participei do jogo Amistoso entre os times dos astros OSCAR X MAGIC JHONSON no IBIRAPUERA. Fui a Copa 500 ANOS, realizada no Rio de Janeiro, com as Seleções Adultas masculinas da Argentina, Brasil, Portugal, Rússia, e Grécia. Fui convidado pela NBA para dar um Curso para a Seleção Norte Americana Masculina Adulta, como preparação para os Jogos Pré Olímpicos. Apitei um amistoso no MADISON SQUARE GARDEN entre as Seleções adultas do USA X PORTO RICO. Apitei a final do SUPER FOUR em Buenos Aires, em que participaram as Seleções Adultas Masculinas da Lituânia, Argentina, Porto Rico e Brasil. Fui convocado pela FIBA para o Goodwill Games em Brisbane – Austrália. Fui convocado para o Sul Americano de Seleções Adultas Masculinas, classificatórias para o Pré Olímpico, e Pan Americano de Seleções. Campeonato realizado em Montevidéu – Uruguai.
Apitei a pedido do jogador Oscar, o seu último jogo, (jogo despedida), realizado em Brasília entre os “AMIGOS DO JOGADOR”. Fui convocado pela FIBA para o Campeonato Mundial Sub – 21, Argentina, onde apitei a semi final entre Austrália X Lituânia. Fui convocado pela FIBA para o Campeonato Mundial Inter Clubes Adulto Masculino, Rússia. Fui convocado pela FIBA para o Campeonato Mundial feminino Adulto de Seleções em São Paulo, onde apitei a final entre as seleções da Austrália X Rússia. Fui convidado pelo COB para carregar a TOCHA DOS JOGOS PAN AMERICANOS na data de 7 de Julho de 2007, quando a mesma passou pela cidade de Campinas. Fui convidado pela PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS, para participar no MURAL COMEMORATIVO DOS ESPORTISTAS CAMPINEIROS QUE DEFENDERAM O PAÍS, como história da cidade. Fui convocado pela FIBA para os Jogos PAN AMERICANOS BRASILEIROS, que foram realizados na cidade do Rio de Janeiro. Fui convocado pela FIBA para o MUNDIAL UNIVERSITÁRIO- UNIVERSIADE, em Agosto de 2007 em Bangkok, onde apitou a Final masculina entre as seleções da Lituânia X Rússia. Fui convocado pela FIBA AMERICA para o Centro Americano de Seleções, como árbitro neutro, no México em Cancun 2008. Fui convocado em 2009 pela Fiba para o MUNDIAL UNIVERSITÁRIO na Sérvia, Belgrado. Fui considerado árbitro Revelação do Campeonato Paulista em 1995. Fui considerado o melhor árbitro do Campeonato Paulista em 2005. Fui considerado pela Liga do Novo Basket Brasil um dos melhores em 2009. Fui considerado o melhor árbitro do Campeonato Paulista de 2010. Fui considerado pela Liga do Novo Basket Brasil o destaque de 2010.
Bacharel em Direito, formado pela USF, Pós Graduado em Direito Penal pela PUCC, Árbitro Internacional desde 1996, aprovado na Clínica Internacional realizada em Santiago – Chile.
Faz parte do quadro de Árbitros da Confederação Brasileira de Basketball, da Federação Paulista de Basketball, e da Federação Internacional de Basketball.
Você é um árbitro internacional, como é que se faz para chegar até essa categoria?
Quando você termina o CURSO DA SUA FEDERAÇÃO você se torna um oficial de quadra e mesa. Depois de muito tempo de atuação, se a sua federação achar que está apto, você será indicado para fazer uma Clínica de Aspirantes a Árbitro Nacional. Depois de um bom tempo atuando, e a CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BASQUETEBOL te achar apto para mudar de categoria, eles lhe indicam para fazer uma Clínica à Aspirante a Árbitros Internacionais. Em todas essas Clínicas existem avaliadores que lhe darão notas pelo seu desempenho na pratica, quadra de jogo, e escrita, prova teórica. Passará por uma entrevista quando para Internacional em inglês e Espanhol. E no final terá que se submeter a um teste físico, que se não for aprovado, não estará apto a ter o seu carnê. As Clínicas internacionais são ministradas em língua estrangeira, normalmente na América em espanhol e inglês. No resto do mundo sempre em Inglês.
A maior sensação e satisfação de dever cumprido, e quando se termina um jogo e tanto ganhadores e oponentes, lhe cumprimentam pelo serviço prestado sem reclamações. Você não tem idéia o tão gratificante é ter aceitação dos jogadores, técnicos, assistência, público, reportes, e todos os envolvidos. Quando sou escalado para um jogo muito difícil, principalmente num mata-mata, ou melhor, de cinco, onde o jogo anterior foi um desastre e se criou um clima pesado para a partida, já fico feliz porque sei que quando a coisa fica feia, necessitam do seu trabalho para resolver e recolocar a casa em ordem. As finais normalmente são um coroamento pelo trabalho realizado ao longo de um torneio, um campeonato, ou uma carreira. Não existe presente melhor do que dirigir um jogo com dez mil pessoas assistindo, com duas equipes do maior alto nível de basquetebol, e o Brasil inteiro podendo participar via televisão.
Como é atuar no Feminino, é mais fácil do que apitar jogos masculinos?
A plástica do evento é diferente, mas o grau de dificuldade é o mesmo porque violação continua sendo violação, dois pontos são dois pontos em ambos, e três pontos também. Existiu uma época no Brasil que as melhores jogadoras do Mundo atuaram no Campeonato Paulista e Brasileiro. Sem esquecer que Hortência e Paula estavam numa grande fase. Em uma época não muito distante, Oscar voltava da Europa no auge da sua forma. Resumindo, as duas categorias são dificílimas.
Como que é administrada aquela marcação forte e sem que haja falta, mesmo com o contato entre os oponentes?
A arbitragem do basquetebol é muito subjetiva, onde devemos atuar usando a vantagem e desvantagem a favor do jogo. O árbitro tem de intervir sem interferir, usando os aspectos de vantagem e desvantagem sem favorecer ou desfavorecer, contando com que o vencedor seja merecido do resultado. Tecnicamente falando em contato, usando o cilindro imaginário jogador de defesa e ataque, diríamos que quem invade o cilindro do outro, provocando um contato vantagioso, é o responsável pelo fato. Mas nunca devemos esquecer de que a marcação tem que estar postada dentro do seu cilindro, e o ataque tem de estar equilibrado dentro do seu espaço. Contato legal não é contato faltoso. Contato legal é postura, cilindro, equilíbrio, dentro dos princípios de vantagem e desvantagem, nunca esquecendo o homem da bola, porque existe o aspecto de tempo e distância para uma boa marcação deste. Resumindo, é complexo... rsrsrsrs
Se dependesse de você, qual a regra que você mudaria?
A mais nova mudança de regra do jogador com a bola na hora de transição para mudança da quadra de defesa para o ataque, que facilita para ele, e dificulta para os árbitros.
Quais as partidas mais importante que você já atuou?
-SEMIFINAL DO MUNDIAL SUB 21 LITUANIA X AUSTRALIA MASCULINO
-FINAL DO MUNDIAL ADULTO FEMININO RUSSIA X AUSTRALIA
-SEMIFINAL DO MUNDIAL UNIVERSITÁRIO MASCULINO RUSSIA X U S A
-FINAL DO MUNDIAL UNIVERSITÁRIO MASCULINO LITUANIA X RUSSIA
-FINAL DO SUPER FOUR ADULTO MASCULINO ARGENTINA X LITUANIA
-MADSON SQUARE GARDEN AMISTOSO MASCULINO ADULTO
U S A X PORTO RICO -
-FIM DO SEGUNDO TURNO DO CAMPEONATO CARIOCA MARACANÃ VASCO X FLAMENGO 22 MIL PESSOAS
-SEMIFINAL DO ANTIGO CAMPEONATO BRASILEIRO MASCULINO ADULTO GOIANIA X FLAMENGO
- FINAL PAULISTA DO MASCULINO ADULTO EM FRANCA
FRANCA X DHARMA 10 MIL PESSOAS
-FINAL PAULISTA DO FEMININO ADULTO EM SANTO ANDRÉ
NOSSA CAIXA/OSASCO X LACTA SANTO ANDRÉ
-FINAL DO NOVO BASQUETE BRASIL MASC. ADULTO
FLAMENGO X UNIVERSO
-FINAL DO NOVO BASQUETE BRASIL MASC. ADULTO
UNIVERSO X FLAMENGO
FINAL DO CAMPEONATO PAULISTA MASCULINO ADULTO
C O C I RIBEIRÃO X ARARAQUARA
Quem são os campeões de reclamações, o técnico, jogadores ou torcedores?
Sinceramente acho que o que acontece nos nossos Campeonatos, são reclamações caseiras uma vez que durante uma competição existem árbitros que chegam a fazer mais de dez jogos da mesma equipe, e isto cria um desgaste muito grande, fato que não acontece em competições internacionais de tiro rápido, dez a 20 dias de competição. Com tudo isso lembra que existem jogadores no Brasil, que no meu caso, e os conheço desde as categorias de base, e isso cria um clima familiar propiciando uma comunicação mais efetiva entre as partes.
Já saiu escoltado de quadra após algum jogo?
Existe um procedimento corriqueiro, estipulado pelos órgãos responsáveis pelas competições, que designam seguranças para nos escoltarem da quadra de jogo, até à hora de nos retirarmos do ginásio. Mas já existiram vezes que se necessitou de uma ajudinha externa, policial, para facilitar esse serviço.
Como foi o curso que você ministrou para jogadores da seleção americana, lá na casa deles?
Foi uma experiência única e sensacional. Quando cheguei à Nova York, estava me esperando no aeroporto um motorista e um segurança. Dirigimos-nos para um Hotel fantástico em frente ao Central Park. Fui muito bem remunerado em dólar logo ao chegar. No primeiro dia de treinamento, foi pedido para que eu, e mais um árbitro Porto Riquenho que também fora contratado, para falarmos ao grupo de como seria o nosso trabalho. Realmente no primeiro momento tive um frio na barriga. Não é todo dia que se fica a frente do Jason Kid, Irvison, Tim Duncan, Malone, Oneal, Vicent Cart, Ray Alleye mais alguns. ...rsrsrs Depois apitávamos o dia inteiro em dois períodos, pela manhã e a tarde. Um contra um, dois contra dois, três contra três, jogadas, e muito coletivo. Tínhamos um período que trabalhávamos com os pivôs no quesito de marcação, jogada de poste, e posicionamento para rebote. Eles são muito profissionais. E ao final de todos os dias, sentávamos no meio da quadra, e éramos bombardeados de perguntas referentes às diferenças de regras entre NBA e internacionais. Para que pudéssemos entrar na quadra, éramos obrigados a fazermos bota de esparadrapo, e nos intervalos, nos colocavam bolsas de gelo nos joelhos, tudo como prevenção. Os dirigentes nos falavam que enquanto estávamos por lá, éramos de responsabilidade deles, e uma entorse poderia custar muito caro para National basketball Association. Um fato muito interessante foi o dia que dois rapazes que acompanhavam os treinamentos, se aproximaram num final de dia e nos disseram: _ Boa tarde, eu sou o Isiais Thomas, e esse é o Byron Scot. Jogamos-nos basket há algum tempo atrás, e gostaríamos de tirar algumas duvidas em relação às regras internacionais. Tudo isso numa humildade tamanha, que quando eu disse que já os conhecia, incrível que pareçam, eles se espantaram. Mas por via das duvidas eu falei, vamos tirar uma foto só para registrarmos esse momento...rsrsrsrs
"O ESPORTE FORMA HOMENS, QUEBRA BARREIRAS, MUDA NOSSAS VIDAS..."
Nos ginásios em que você atua o que mais falta para que a arbitragem faça um bom trabalho?
Acho que o bom trabalho vai acontecer independente do que os organizadores façam o deixem de fazer. O que precisa acontecer, é mudar a cultura de bastante gente, e lembrar que nos árbitros somos pessoas humanas que erram, acertam, comem, dormem, que necessitam no mínimo de um lugar limpo, com espaço para poder se trocar, aquecer, um bom chuveiro, água para tomar, e principalmente um pouco mais de respeito. Existem lugares que uma minoria vai ao ginásio, simplesmente para ofender o seu decoro, a sua pessoa, durante toda a partida, e esquece-se de torcer pelo seu time, e que ali está um profissional, um pai de família, com a maior vontade de acertar, porque ele também quer almejar um lugar ao sol.
Um fato mais inusitado ocorrido durante uma partida em que você já atuou?
Foi em uma partida do antigo Nacional, entre duas grandes equipes, que devido ao barulho feito pelos torcedores, e a campanhia baixa do placar, e a falta de informação dos mesários, após uma cesta decisiva que decidiria a partida, ninguém me avisou no momento que a partida já tinha acabado há pelo menos uns três segundos. Então confirmei a cesta e fui para o vestiário. Dentro do mesmo, o fiscal da partida me alertou que parecia que o cronometro estava zerado quando feita a cesta. Algum tempo depois, antes de assinar a súmula de jogo que o documento oficial, um mesário adentrou o meu vestiário e me disse que o jogo já havia acabado, que o certo era não validar a cesta. Como não havia ainda assinado a súmula, voltei para quadra, e anulei a cesta, e uma grande confusão começou. O mais importante de tudo isso foi que fiz o que tinha que ser feito, e durmo com a cabeça tranqüila no travesseiro.
Quando você vai entrar em um ginásio lotado para apitar uma final, o que passa na sua cabeça, qual a preparação psicológica que você faz?
Toda a preparação já foi feita. Regras preparo físico, mental, concentração, não há mais nada a ser feito. Só nos restam pensar no jogo, fazer uma boa pré partida, e tentar passar uma tranqüilidade aos companheiros, para que eles possam fazer um bom trabalho e lhe ajudar a fazer o melhor de si. O ginásio lotado faz com que eu me sinta em casa. Quanto mais difícil o jogo, melhor o desafio de controlar tudo. Se não tiver esses requisitos, não tem graça apitar.
Você recebeu da FPB, o troféu de MELHORES DO ANO, em menos de dois meses, recebe troféu similar da LNB, qual sua emoção de receber muitas homenagens assim como essas?
Um agradecimento meu primeiro a minha Federação Paulista que reconhece o meu trabalho, o meu esforço em tentar dar o melhor de mim para ajudar o Campeonato. Isso é uma injeção de ânimo que me faz muito feliz. Depois a Liga do Novo Basket Brasil por dois anos consecutivos me considerar um dos melhores, comprovando nas suas escalas que estão gostando do meu trabalho, e que sou uma peça muito importante para eles, e para o basquete nacional.
Nos ginásios em que você atua o que mais falta para que a arbitragem faça um bom trabalho?
Acho que o bom trabalho vai acontecer independente do que os organizadores façam o deixem de fazer. O que precisa acontecer, é mudar a cultura de bastante gente, e lembrar que nos árbitros somos pessoas humanas que erram, acertam, comem, dormem, que necessitam no mínimo de um lugar limpo, com espaço para poder se trocar, aquecer, um bom chuveiro, água para tomar, e principalmente um pouco mais de respeito. Existem lugares que uma minoria vai ao ginásio, simplesmente para ofender o seu decoro, a sua pessoa, durante toda a partida, e esquece-se de torcer pelo seu time, e que ali está um profissional, um pai de família, com a maior vontade de acertar, porque ele também quer almejar um lugar ao sol.
Um fato mais inusitado ocorrido durante uma partida em que você já atuou?
Foi em uma partida do antigo Nacional, entre duas grandes equipes, que devido ao barulho feito pelos torcedores, e a campanhia baixa do placar, e a falta de informação dos mesários, após uma cesta decisiva que decidiria a partida, ninguém me avisou no momento que a partida já tinha acabado há pelo menos uns três segundos. Então confirmei a cesta e fui para o vestiário. Dentro do mesmo, o fiscal da partida me alertou que parecia que o cronometro estava zerado quando feita a cesta. Algum tempo depois, antes de assinar a súmula de jogo que o documento oficial, um mesário adentrou o meu vestiário e me disse que o jogo já havia acabado, que o certo era não validar a cesta. Como não havia ainda assinado a súmula, voltei para quadra, e anulei a cesta, e uma grande confusão começou. O mais importante de tudo isso foi que fiz o que tinha que ser feito, e durmo com a cabeça tranqüila no travesseiro.
Quando você vai entrar em um ginásio lotado para apitar uma final, o que passa na sua cabeça, qual a preparação psicológica que você faz?
Toda a preparação já foi feita. Regras preparo físico, mental, concentração, não há mais nada a ser feito. Só nos restam pensar no jogo, fazer uma boa pré partida, e tentar passar uma tranqüilidade aos companheiros, para que eles possam fazer um bom trabalho e lhe ajudar a fazer o melhor de si. O ginásio lotado faz com que eu me sinta em casa. Quanto mais difícil o jogo, melhor o desafio de controlar tudo. Se não tiver esses requisitos, não tem graça apitar.
Você recebeu da FPB, o troféu de MELHORES DO ANO, em menos de dois meses, recebe troféu similar da LNB, qual sua emoção de receber muitas homenagens assim como essas?
Um agradecimento meu primeiro a minha Federação Paulista que reconhece o meu trabalho, o meu esforço em tentar dar o melhor de mim para ajudar o Campeonato. Isso é uma injeção de ânimo que me faz muito feliz. Depois a Liga do Novo Basket Brasil por dois anos consecutivos me considerar um dos melhores, comprovando nas suas escalas que estão gostando do meu trabalho, e que sou uma peça muito importante para eles, e para o basquete nacional.
A CBB, nomeou o novo Supervisor de Arbitragem, o Piovesan, gostaria de saber de sua opinião a esse respeito.
Pode ter certeza de que a arbitragem brasileira está muito, muito feliz e orgulhosa de ter em sua supervisão um dos melhores árbitros que já surgiu nesse continente. O Piovesan realmente sabe tudo do quadrado, e tudo fora do mesmo. Ele era sem duvida um dos árbitros mais rápidos que eu já conheci, porque ele sempre antecipou os lances Enquanto você estava pensando naquele lance, ele já estava três lances a frente, então a decisão dele naquele lance, era a mais adequada para preservar o que iria acontecer depois. Um ótimo administrador de emoções, que conduzia como ninguém uma partida. Mas o mais importante de tudo isso, é que sempre, desde que eu o conheço, ele tenta passar tudo o que sabe para mim, e para muitos. Ele não esconde informações, e é amigo de todos os árbitros por igual. A CBB está de parabéns pela escolha. Espero que o elo agora se conclua, pois já temos o Geraldo Miguel Fontana na FIBA, o Antonio Carlos Affini na LIGA, e agora o Piovesan na CBB. Sei também que ele vai trabalhar com o Marcelo Gomes, que foi um ótimo arbitro, e é um grande amigo, que apesar de jovem tem um potencial imenso para desenvolver. A arbitragem brasileira está muito bem representada fora das quadras.
COMPETIÇÃO DE TRÊS PONTOS
Uma cidade - M0nte Verde
Uma cidade - M0nte Verde
Um país - Austrália
Campo ou praia - Campo
Um sonho a realizar - Vê-las encaminhadas para a vida
Um ídolo no basquete - Michael Jordan
Uma mulher bonita - Munha esposa Lígia
Imprensa - De extrema importância, desde que praticada com ética e imparcialidade
Amor - Família
Amizade - Tem que cultivá-la
Deus - A razão da vida
Seleção brasileira - Tem que ter respeito para servi-la
O O que você mais gosta - Viver
O que mais detesta - Falsidade
A cesta mais certeira de sua vida - Minha família
Pacheco quero que deixe uma mensagem para quem gosta de basquete e algo que possa fazer para melhorá-lo.
Sou negro, e a família que me adotou é branca. Fui adotado com três dias por uma família que tinha condições, e me abriu todas as portas para felicidade. Agarrei todas as chances que me foram ofertadas, e hoje sou formado, pós graduado, funcionário público da Câmara Federal, Assessor Parlamentar. Casado, pai de duas filhas, e através do esporte, principalmente do basket, eu conheci os cinco continentes da terra, e a importância de representar uma nação quando se está fora dela. O esporte forma homens, quebra barreiras, muda as nossas vidas, basta querer e acreditar. A minha família acreditou e depositou a sua confiança em mim...
Pacheco, muito obrigado pela entrevista e por tudo que você fez e faz por nosso basquete. Encerro esta matéria com a foto que fiz de você em uma das suas mais importantes partidas que apitou: final do Mundial Feminino de Basquete Austrálila x Rússia em 20006.
O que mais detesta - Falsidade
A cesta mais certeira de sua vida - Minha família
Pacheco quero que deixe uma mensagem para quem gosta de basquete e algo que possa fazer para melhorá-lo.
Sou negro, e a família que me adotou é branca. Fui adotado com três dias por uma família que tinha condições, e me abriu todas as portas para felicidade. Agarrei todas as chances que me foram ofertadas, e hoje sou formado, pós graduado, funcionário público da Câmara Federal, Assessor Parlamentar. Casado, pai de duas filhas, e através do esporte, principalmente do basket, eu conheci os cinco continentes da terra, e a importância de representar uma nação quando se está fora dela. O esporte forma homens, quebra barreiras, muda as nossas vidas, basta querer e acreditar. A minha família acreditou e depositou a sua confiança em mim...
Pacheco, muito obrigado pela entrevista e por tudo que você fez e faz por nosso basquete. Encerro esta matéria com a foto que fiz de você em uma das suas mais importantes partidas que apitou: final do Mundial Feminino de Basquete Austrálila x Rússia em 20006.
esta foto e a primeira, Pacheco com a esposa, são "minhas" e TODAS AS DEMAIS, são do arquivo pessoal do Pacheco
2 comentários:
Fico orgulhoso e honrado por ser seu amigo há mais de 38 anos. Você sempre foi um excelente filho, amigo e que serve como exemplo por sua retidão de caráter, sua honestidade e integridade moral, sem falar da coragem peculiar de nós arianos. Só assisto jogo de basquete quando voce está apitando. Você é o substituto do ex-árbitro Renato Righetto.
Que Deus o proteja, abençoe e ilumine sempre.
Fraterno, forte e carinhoso abraço,
Luiz Antonio Baldo Pupo de Campos Ferreira (Baby)
Parabéns Serginho, vc é o MÁXIMO!!!
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