quinta-feira, 17 de junho de 2010

SÉRGIO DOMENICI, GERENTE EXECUTIVO DA LNB, EM ENTREVISTA EXCLUSIVA


"A EMOÇÃO DA PRIMEIRA FINAL NA ARENA HSBC, LOTADA É INESQUECÍVEL"
A Liga Nacional de Basquete trouxe mais vida ao nosso esporte, mais esperança trouxe também o jovem Sérgio B Domenici para reforçar ainda mais o nosso esporte da cesta. Competente, profissional, carismático e muito querido por onde passa, Sérgio é o Gerente Executivo da LNB fui apresentado a ele através do meu amigo Piovesan, durante um jogo entre Franca x Brasília e nunca vou esquecer da promessa que ele me fez: “- Vou colocar o CHUÁ MARCOS no site Liga Nacional”.
Poucos dias depois o meu blog já se encontrava no Território da LNB, que hoje tem a honra de entrevista-lo.
A honra é toda minha.

CHUÁ – Sérgio, o primeiro campeonato da LNB, foi muito bom e este, melhor ainda, estava dentro de sua meta este nível de campeonato ou você esperava mais?
Sob o aspecto técnico houve uma boa evolução sim e há vários fatores que contribuíram para isso. Um deles foi a resolução do Conselho de Administração da LNB em permitir até 03 estrangeiros por equipe. Outro fator importante foi que com a maior visibilidade do NBB e maior investimento dos patrocinadores, alguns atletas importantes puderam ser repatriados. Por fim, dentre os principais pontos, a saída de duas equipes do NBB aumentou a oferta de bons jogadores. Esses três itens foram fundamentais nesta melhoria. No entanto, não se pode querer alterar o nível técnico em apenas um ou dois anos. Essa melhoria vem com o passar dos anos e com a soma de esforços de todas as entidades que fazem o basquetebol.

Quais os pontos mais relevantes e o que se poderia dizer de negativo, aconteceram nesta última edição?
A consolidação da Liga e a realização da segunda temporada inteira conforme planejado foi, sem dúvida, o mais relevante. Sob o aspecto negativo ainda precisamos melhorar muito a estrutura dos nossos ginásios, tanto física quanto de aparelhagem. Mas este é, talvez, um dos pontos mais difíceis a ser conseguido, pois requer investimentos muito acima da nossa capacidade momentânea.
Seria fácil dizer que os problemas ocorridos em Brasília ao final do 3º jogo foram significativos sob o aspecto negativo, mas este evento serviu para aprendermos bastante com a situação, além de mostrar o quanto madura está a Liga e capaz de resolver problemas como este. Acredito que, ao final, a Liga Nacional de Basquete e a modalidade saíram fortalecidas deste episódio.

Como é o dia a dia de trabalho de um gerente executivo da LNB?
Minha dedicação é exclusiva para a LNB, quando fui contratado me mudei de Belo Horizonte para São Paulo com toda minha família. Fazemos expediente normal durante a semana na Liga, mas sem hora para acabar. Mesmo durante os finais de semana o trabalho não cessa, pois é quando acontecem as nossas rodadas. Mas estou muito feliz, pois essa é minha profissão e é no que gosto de trabalhar.

Quero que você fale um pouco de sua carreira, até chegar aos dias de hoje, como um grande inovador da organização do nosso basquete.

Bom, primeiramente uma correção. A forma inovadora de administrar está na concepção da estrutura Administrativa da Liga, que é formada por um conselho gestor composta por 07 Clubes e mais o Presidente, Vice-presidente e diretor jurídico. O diferencial da Liga está aí. Além das decisões serem em forma de colegiado e democráticas, você consegue colocar em uma mesa empresários bem sucedidos de vários segmentos, e isto, sem dúvida, dá uma riqueza de pensamento muito grande para a administração da LNB. Eu, e minha equipe, somos os executores dessas decisões.

Sou formado em Administração de Empresas com ênfase em Gestão de Esportes. Em 1994 trabalhei em uma agência de propaganda, na área de promoção, e minha função era acompanhar o Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia e as seleções brasileiras de voleibol. Também fiz alguns trabalhos para o Paraná Clube. Fui Diretor Comercial de Jornal e Rádio no Paraná e, quando me mudei para Belo Horizonte, em 1998, trabalhei em uma Assessoria de comunicação e depois fui para a Secretaria de Estado de Esportes de MG, como Diretor de Esportes de Rendimento. Lá fui o coordenador geral dos Jogos do Interior de Minas, competição com mais de 20.000 atletas que disputam 18 modalidades e os Jogos Escolares Mineiros como mais significativos. Montei uma empresa de gestão de eventos esportivos e fiz eventos de âmbito nacional para Rede Pitágoras e FIAT. Trabalhei por dois anos no marketing do Clube Atlético Mineiro e por 3 anos e meio na Gerência de Negócios Complementares e Marketing do Minas Tênis Clube, quando então vim para a LNB.

Quais são os planos da LNB para a próxima temporada, haverá uma “segunda divisão” e sobre as categorias de base, o que podemos esperar?

Há várias idéias para essa terceira temporada, mas as principais ainda estão em discussão e devem ser aprovadas pelos Clubes. A CBB promoverá uma competição nacional regionalizada que servirá como passaporte para que as equipes almejem disputar o NBB. Também estamos tentando viabilizar junto ao Ministério dos esportes uma Liga Sub 20, nos mesmos moldes do NBB, já a partir dessa temporada.

O Inter-Ligas foi muito bom, vai continuar nos próximos anos e há possibilidade de expandir o torneio com a participação de mais países?

Nossa idéia, e dos Argentinos, é convidar para o próximo torneio uma ou duas equipes Uruguaias. Depois avaliaremos esse crescimento.

O que mais falta nos nossos ginásios para melhorar a prática do basquete?

Como disse acima, falta muito. Acesso, acomodações para a torcida, serviços, entretenimento, pisos e aparelhagem moderna. Hoje temos somente três ou quatro Arenas com boa estrutura, as restantes terão que se adequar com o tempo.

Os jogos “ao vivo” ainda não estão na TV aberta, isso poderá ocorrer em breve?

Acredito que já para essa temporada já devamos ter. Ainda está em discussão com o Conselho de Administração e Clubes. Na TV fechada tivemos, ao todo, 61 jogos transmitidos nesses 07 meses, uma média de quase 10 jogos por mês sem contar a seleção brasileira.

Existe algum jogo ou até mesmo um fato inusitado que aconteceu com você durante essas duas edições?

Acho que a emoção da primeira final, na Arena HSBC lotada, é inesquecível. Depois de tudo que o basquetebol passou, assistir àquele espetáculo foi a consolidação do sonho de muitos.

Com a criação da Liga Feminina, você acha que é o caminho para o basquete feminino recuperar o seu lugar de destaque?

Tão importante quanto a criação da Liga feminina é a sintonia que a mesma está andando com a CBB. O basquetebol feminino tem dado importantes títulos ao Brasil e precisa ter uma representatividade á altura no cenário nacional. Um trabalho importante que eles deverão fazer será a captação de mais equipes de outros estados. Acredito muito no sucesso dessa Liga, pois sei que quem está gerindo tem conhecimento e capacidade para fazer dela um grande sucesso.

Como torcedor, o que você espera das nossas seleções nos Mundiais deste ano?

Como torcedor espero o ouro, claro. Mas sabemos que isso é muito difícil, temos muitas seleções em condições de ganhar uma medalha. O basquetebol é a segunda modalidade do mundo e sua representatividade faz com que a disputa seja muito mais acirrada. Nossa seleção é muito boa, com um elenco que não se via igual há muitos anos. Some-se a isso um ótimo planejamento da CBB, a formação de uma comissão técnica competente e temos aí todos os ingredientes para uma grande participação. Como disse, como torcedor, espero que eles voltem de lá com o ouro. Como dirigente, uma boa participação pode representar, definitivamente, o resgate da nossa modalidade.

COMPETIÇÃO DE TRÊS PONTOS

Uma cidade.- Sou santareno de nascimento (nasci em Santarém/PA), me criei em Teófilo Otoni/MG, vivi e aprendi em Curitiba/PR, constituí família em Belo Horizonte/MG, e hoje vivo em SP. Como quem sai da terra natal não para, estou aberto para o mundo.

Um país.- Os EUA.

Prato preferido. - Moqueca capixaba.

Um sonho realizado. - Trabalhar com esporte.

Um sonho a realizar. - Uma casa no campo.

Um ídolo no basquete. - Michael Jordan na NBA, Marcel no Brasil.

Uma mulher bonita. - A minha esposa.

Imprensa. - Reflexo da sociedade.

Um livro. - Cem anos de solidão do GGM.

Um filme. - Cinema Paradiso.

Amor. - As pessoas deviam se render mais a ele.

Amizade. - Devemos cultivá-la, mas sem cobranças.

Deus. - Amparo e guia.

O que você mais gosta. - De estar com minha família.

O que mais detesta. - Violência, de qualquer tipo.

A cesta mais certeira de sua vida -. Meu filho.

Sérgio, quero agradecer por tudo que tem feito por nosso basquete, por esta entrevista e também pela honra que me concedeu ao colocar o CHUÁ MARCOS, no TERRITÓRIO LNB. Peço que deixe uma mensagem para quem gosta de basquete e algo que possa fazer para melhorá-lo.
E se você quiser acrescentar algo mais, é uma honra para mim e meu leitor “ouvir” mais um pouco sobre você.

Disse o Sérgio Barros da Globo: “Dizer que o basquetebol renasceu é uma injustiça com algumas pessoas que nunca o deixaram morrer, o que podemos dizer é que o basquete foi redescoberto pela mídia”.

Marcos, conhecendo você mais um pouco tenho comigo que você foi uma dessas pessoas. Obrigado pela oportunidade de estar em seu Blog.
Sérgio Domenici

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