quarta-feira, 9 de março de 2011

MINHA ENTREVISTA PARA O JORNAL DO SUDOESTE

ANA CAROLINA ENTREVISTA MARCOS DO CARMO: MATÉRIA PUBLICADA NO JORNAL DO SUDOESTE, edição de número 1462 São Sebastião do Paraíso MG sábado/domingo, 5e 6 de março de 2011
Tive a honra de ser entrevistado por Ana Carolina Bonacini, (foto), a bela jornalista, integrante da equipe do JORNAL DO SUDOESTE, em sua página ELE POR ELE.
Vejam:
Marcos do Carmo, colunista do Jornal do Sudoeste e agora blogueiro que escreve sobre basquete, é filho da cidade vizinha São Tomás de Aquino. O interesse pela modalidade começou quando Marcos ouvia as transmissões de jogos de basquete pelo rádio. Hoje ele é reconhecido no meio esportivo, já ganhou vários prêmios, inclusive foi vencedor com o seu blog na categoria de cobertura pela internet em uma disputa realizada recentemente por um site paulista. O menino simples que começou a gostar de basquete mesmo sem ver uma partida, leva o nome do esporte por onde passa. .
Como começou seu interesse pelo basquete?
Na verdade, quando criança, eu só conhecia futebol. Acho que como toda criança, principalmente lá em São Tomás que nem tinha quadra de basquete. Brincava um pouco de basquete na escola, mas na verdade não me atraía tanto. Com o passar do tempo, meu primeiro contato com o basquete foi através de transmissão via rádio. Veja bem. Eu já passei a gostar do basquete sem ver como que era um jogo e fui criando o hábito de ouvir sempre. Pouco a pouco fui me envolvendo, até o dia em que eu pude assistir a um jogo de basquete ao vivo. Foi exatamente em uma quadra em Franca, chamada “Templo do Basquetebol.” Daí então foi só aumentando essa paixão, esse gosto pelo basquete. Antes, eu acompanhava todos os esportes. Praticar não, porque minha cidade não oferecia condições quando eu era criança. Tanto que eu nem sei jogar basquete. Por isso que eu acho importante oferecer esporte para as crianças desde pequenas. É uma educação através do esporte. Daí em diante, fui gostando cada vez mais do basquete.
E profissionalmente?
Eu sou professor de Matemática. Como aqui no Estado de Minas Gerais nós temos direito a dois cargos, eu tive esses dois cargos e me aposentei de um. O outro, quando faltavam dez anos para me aposentar, eu simplesmente o abandonei, recentemente, há uns dois anos, para ficar por conta do esporte. As pessoas gostam do meu trabalho, mas na verdade eu sou um eterno amador. Eu faço isso sem ganhar nada. A vida inteira foi assim. Em termos de dedicação profissional começou há uns vinte anos. Meu primeiro passo na imprensa foi aqui, na casa, no Jornal do Sudoeste. Meu amigo particular, o Nelsinho, me ofereceu espaço para escrever no Jornal do Sudoeste. Quando eu tinha alguma matéria sobre basquete ele, prontamente, publicava tudo. Meu berço da imprensa foi aqui. Eu fico muito feliz, muito contente com isso. Certo tempo depois, combinamos de fazer a coluna contínua, a coluna “Chuá.”Depois apareceu o rádio e a TV. Eu já participei de alguns programas esportivos desde a Rádio Difusora, agora Paraíso AM, Também na TV Sudoeste, eu já fiz comentários dos jogos nas transmissões ao vivo. E depois com o advento da internet, eu fiz meu blog (www.chuamarcos.blogspot. com) e assim, fiquei mais a vontade porque eu poderia escrever sem limites. Se eu quiser postar cinco, seis matérias eu posso, então, o blog me ajudou bastante a divulgar meu nome e a ficar conhecido no meio esportivo do basquete no Brasil.
Por que o nome “Chuá”?
O “chuá” é uma gíria do basquete. É aquele momento quando o jogador arremessa a bola para a cesta e cai sem bater em nada, nem no aro, nem tabela. Ela cai direto. Às vezes a bola bate em algum lugar, vai, volta, e com muito custo ela cai. Quando o jogador arremessa, de qualquer distância e ela cai direto na redinha, é uma expressão mundialmente conhecida, o “chuá.” Eu escolhi esse nome porque estava bem dentro do termo.
Recentemente, você foi premiado com o seu blog em uma pesquisa feita por um site de São Paulo.
Foi uma surpresa muito agradável. Um site de São Paulo, especializado em basquete, fez uma pesquisa com os seus internautas para uma votação dos destaques do ano de 2010 na cobertura do Campeonato Paulista de Basquete. Na parte de imprensa, site e blog. Eu tive uma indicação para concorrer. Só de ter sido indicado já foi uma vitória para mim. Todo mundo sabe a diferença entre site e blog. A diferença é enorme. Divulguei o concurso para alguns amigos, mas não fiz propaganda no blog, só divulguei. Tive a agradável surpresa de ter sido o vencedor de cobertura via internet. Fiquei muito feliz. Eu não esperava esse prêmio porque eu estava concorrendo com sites especializados de São Paulo. Alguns amigos do meio já haviam comentado do blog. Houve árbitros que apitavam jogos em várias partes do país que comentaram comigo que eu era mais conhecido do que eu imaginava. Eles ainda não marcaram a data, mas eu irei a São Paulo receber meu troféu. Esse vai ser o quarto troféu que eu vou receber de cobertura de eventos esportivos. Em 2005, aqui em São Sebastião do Paraíso mesmo, eu recebi de destaque esportivo o troféu “Mérito Esportivo”, promoção do Tomás Martins. Em Franca, por duas vezes, eu recebi o troféu “Dono da Bola.” Esse é o meu quarto troféu, saindo do eixo Paraíso - Franca, indo a São Paulo. É muito gratificante. Depois que eu ganhei o concurso, muitas pessoas me parabenizaram pela conquista. Uma coisa muito interessante foi o que me disse um pai de um jogador de basquete de Bauru. Ele disse que eu deveria montar um site, que eu tenho condição para isso. Onde eu moro, eu tenho problema seriíssimo de internet. Para postar duas, três fotos, eu levo um tempão. Às vezes cai e eu tenho que fazer tudo de novo. É complicado. Com o site ficaria ainda mais difícil. Não daria para atualizar da maneira que eu gostaria. O pai desse jogador de basquete ainda justificou o porquê que eu deveria ter um site. O pessoal especializado que gosta de basquete não gosta de blog. Mas ele disse que meu blog é diferenciado. “O pessoal já aprendeu a acessar o seu blog e que você tem um compromisso com o basquete.” Quer dizer, mesmo depois desse troféu, eu fico cada vez mais feliz de ouvir tantas pessoas como eu tenho ouvido ultimamente.


Você já cobriu várias competições. Conte-nos algumas passagens interessantes.
Há muitas, muitas e muitas situações diferentes. Uma delas foi quando eu cobri o Mundial de Basquete Feminino, em 2006, realizado em São Paulo. Um repórter da Folha de S. Paulo me pediu ajuda para fotografar jogadoras importantes, então, ele ficou o tempo todo ao meu lado. “Aquela jogadora é da Rússia, foi campeã mundial e olímpica, aquela é da Austrália...” E fui mostrando tudo para ele... Isso foi muito marcante. Ele me agradeceu muito pela ajuda que eu ofereci a ele. Isso foi muito gratificante para mim. Outra importante também foi na Espanha. Eu não estava conseguindo fazer o credenciamento no Brasil. Então, eu enviei um e-mail para a Federação Espanhola dizendo que eu não estava conseguindo fazer o cre-denciamento. Uma pessoa da Federação Espanhola fez o credenciamento para mim, me indicou e arrumou hotel... Quando eu cheguei lá, era o hotel das seleções. As dezesseis seleções do mundo estavam no mesmo hotel. Eu fiquei lá quase duas semanas, fiz matéria com todas as jogadoras e fotos com todo mundo. Fiz amizade com as jogadoras da seleção do Brasil. Conversávamos no hotel, tomávamos café e sorvete juntos, batíamos papo, e nossa amizade foi aumentando cada vez mais a partir de lá. No ano passado, no Sul-Americano no Chile, no desfile de abertura, eu era o único representante da imprensa brasileira no Chile. Eu estava como fotógrafo. Quando a seleção brasileira entrou, todas abanaram a mão para mim. Foi um carinho muito grande que elas demonstraram para comigo. Outro fato interessante foi em novembro do último ano, no Sul-Americano feminino, no Uruguai. Eu gosto de fazer matéria com a torcida, com o pipoqueiro, o segurança; a todos que estão envolvidos com o basquete eu dou essa abertura no meu blog. Quando eu cheguei no ginásio lá no Uruguai, eu vi uma bandeira do Brasil com uma mulher que estava sentada. Fiz uma foto e fui chegando perto quando ela me cumprimentou me chamando pelo nome. Ela me disse que já me conhecia por causa do blog e que me acompanhava direto, juntamente com seus amigos e familiares. “Desde que você publicou a foto da minha filha em um jogo em Americana, São Paulo.” Essa foto era de uma menininha com uniforme de Jundiaí. Só que eu publiquei e não me lembrava mais. Ela foi me explicando, explicando até que eu fui me lembrando também. “A minha filha é aquela número seis do Brasil que está no aquecimento” ela já estava jogando na seleção do Brasil. Meu sonho é cobrir as Olimpíadas. Quem sabe as do Brasil. Tantas coisas... Quando eu tentava ouvir os jogos de basquete pelo rádio e hoje tenho contato com tantos jogadores.
O que você fez para aprimorar o seu trabalho?
Eu já fiz várias competições internacionais. Muita gente pensa que é só ir lá e pronto. Existem outros detalhes. Você tem que fazer o credenci-amento na competição. Em uma competição internacional, as exigências são muito maiores. Mesmo uma competição dentro no Brasil exige uma série de itens para se cumprir. Então, eu fui fazendo cursos e essas competições me deram acessibilidade. Eu tive um ano de 2010 maravilhoso e comecei o 2011 melhor ainda. Em 2010 eu completei minha 10ª competição internacional de basquete. O espanhol me ajudou muito. Eu foquei mais nas competições da América do Sul e pude fazer matérias com atletas da língua espanhola. Se eu souber o inglês vai me ajudar muito mais, tenho certeza. E por falar na América, eu tive a oportunidade de fazer uma entrevista com uma jogadora da seleção argentina. Eu já a conhecia de longa data, sempre a encontrava nas competições. Na Copa América, no Pré-Olímpico, no Mundial, no Sul-Americano... Eu fiz a entrevista com ela e um site argentino se interessou e pediu autorização para publicar a matéria. Eles ainda pediram para que eu traduzisse para o espanhol porque eles tinham pouco conhecimento de português. Hoje eu tenho muito contato com esse site argentino. Eu fiz um curso de fotografia, mas preciso melhorar a qualidade das minhas fotos. Na última competição internacional que eu fiz, no Uruguai, no sub -15 feminino, não foi ninguém da Argentina lá, então, eles pediram para mandar matéria e foto para eles. São tantas coisas, haja tempo! Preciso também de um curso de jornalismo. Eu não me formei em jornalismo, mas no dia-a-dia estou aprendendo sempre com os jornalistas. Há um tempo foi dada uma abertura para se fazer o registro de profissionais da área de jornalismo que já atuavam. Na época eu pedi meu registro profissional e foi aprovado. Eu tenho carteira de trabalho com registro de profissional de jornalista. Claro que eu gostaria de aprender mais sobre o jornalismo, mas haja tempo para fazer isso tudo! E a questão do dinheiro também. Como já disse, não ganho nada com esse trabalho. O dinheiro que eu gastaria de fazer faculdade, estou juntando para fazer uma viagem para o exterior como uma das minhas próximas metas.
Quantos países você já conheceu?
A Espanha foi o primeiro país, além mar, que eu conheci; fui cobrir o Pré-Olímpico em 2008. Depois na nossa América do Sul, os nossos vizinhos Uruguai, Argentina, Paraguai, Chile e o Peru.
Quais são seus ídolos no basquete?
Admiro muito o Hélio Rubens de Franca. Ele era jogador na época, eu peguei o final da carreira dele. Depois ele começou como treinador, como é até hoje. Muito conhecedor do basquete e muito dedicado. Fiz amizade com ele e com a família dele. O Oscar também, a Paula, a Hortência... Jogadores que eu fui aprendendo a admirar. Eu sempre falo para meus amigos: “Quem vai a um jogo de basquete e vive o clima de um jogo, passa a olhar seu adversário com outros olhos.” Se você falar com os jogadores, pedir alguma coisa, eles vão estar a sua disposição, não importa o time que você torça. Pela proximidade, eu assisto muitos jogos em Franca. Sempre convido meus amigos para ir. Quem foi uma vez, voltou.
Você está entre Franca, cidade considerada capital do basquete e Paraíso, cidade que está ganhando cada vez mais visibilidade com a Arena Olímpica e centro de treinamento das categorias de base do basquete. Como você vê esse crescimento de Paraíso no cenário esportivo, em especial, no basquete?
Primeiramente, Paraíso construiu um pólo do basquete no Brasil. É uma obra gigantesca que tem tudo para ser bem utilizada, tudo para o bem, não só para a comunidade esportiva, mas toda nossa região. Nós sentimos bem de saber que a nossa vizinha Paraíso tem uma arena olímpica dessa. Eu creio que o esporte é o principal meio de educação. Educar através do esporte é o caminho para chegarmos a uma educação melhor para o nosso futuro. No caso de Paraíso, para mim foi inspirador. Ter uma arena olímpica dessas, pessoas que idealizaram, trabalharam e lutaram para a construção do ginásio. Tendo a Arena Olímpica, precisa de ter equipes, tem que fazer esporte nela e divulgar. Utilizá-la para não ficar parada. Quando a criança vai assistir a um jogo, elas se espelham naquilo que vêem. Assim como Franca é considerada o “Templo do Basquete”, Paraíso está caminhando para ser ainda mais referência no basquete. Os anos vão contar isso para nós.
O que você costuma fazer quando não está envolvido com o basquete?
Aos sábados à noite, eu faço um programa na rádio comunitária “São Tomás FM” (105,9) que também está na internet (www. radiosaotomas. xpg.com.br). Lá eu não falo de basquete, só se alguém me faz alguma pergunta. O programa tem dois blocos. No primeiro, de músicas da América Latina – uma das minhas paixões também. O segundo bloco é de músicas românticas do programa “Eu, Você e a Noite.” Os ouvintes pedem músicas, mandam versos... Eu também falo alguns versos que eu mesmo faço. Sempre que eu vou para a rádio para apresentar o programa, eu faço um mapa de como está a noite daquele dia.
Para finalizar, gostaria que você deixasse uma mensagem aos leitores do Jornal do Sudoeste e também aos seus leitores, tanto da coluna “Chuá”, como do blog.
Eu só tenho a agradecer. Primeiramente, a Deus, por tudo que Ele nos proporciona. Agradeço também aos meus amigos que aumentam cada dia mais. Na imprensa, quem me abriu as portas foi o Jornal do Sudoeste, então, quero agradecer a todas as pessoas e hoje, àquelas que leem minhas matérias. Quero agradecer meus leitores, às pessoas que estão sempre comigo, e aos leitores que me acompanham pelo blog e votaram em mim.Sempre tenham fé, esperança e força de vontade que a gente consegue aquilo que a gente quer. Veja bem. Quando eu comecei a gostar de basquete, eu procurava um rádio para ouvir. E quando o rádio não era bem sintonizado, não transmitia bem, eu ficava tentando ouvir alguma coisa. Hoje eu já conheci vários lugares por causa do basquete, tenho amizade com os jogadores e jogadoras, mas tudo vem da fé e da esperança. Vale à pena acompanhar a basquete.

Um comentário:

Unknown disse...

Fico agradecida por você ter publicado a entrevista da coluna do Jornal do Sudoeste! Sucesso sempre pra você!